sexta-feira, 20 de novembro de 2015

O Discurso finaliza, o ponto é que continua

O que faz de Fulana um alguém importante é o seu existir. Não existiria se não tivesse nascido. Bendito seja aquele que nasce! Amargo aquele que ignora a existência e morre na utopia do prazer que é achar saber o que não se sabe.
De todo modo, Fulana nasceu. Pouco importa se era uma tarde/noite/manhã, se chovia ou se não chovia, se era água que pingava na casa de Seu Antonio ou água que faltava na casa de Dona Madalena, existia um novo nascer. Todo o problema estava na história que não continua. Nas vidas que já não podem ser escritas, não mais.
Fulana morreu assim que nasceu, alguns dias depois de começar o tal ciclo. Morreu assim como morre esse discurso: sem razão. Perdoem esta pobre narradora, mas já não há mais o que contar sobre Fulana. A história é curta, a vida é de tantos, o foco é essencial, mas falho. O segredo está na balança: no modo como se enxerga e que se quer enxergar. 
Fulana morreu. 
Eis o ponto que não é final e as reticências que são imprevisíveis... 
Nasceu, antes de tudo.
E que o nascer é coisa bonita, vocês já sabem. 

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