segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Edificai

Ao verso de enlace na rima desproporcional:
ÉS TU, O AVESSO
Criai a ti mesmo de novo e agora. 
Já não era sem tempo, sem nome, sem teto, sem esmola.
Quem eras? Quem és?
Salvai os enganos e os perdoai. 
Do mundo fundo, tudo imundo, o eco não se satisfaz.
Quebra-te.
Ampara-te.
Para-te.
Não dá mais.
Perdoai os enganos, os planos, as linhas, as retas, os anos.
Perdoai o contexto e aplicação.
Não aplica-te. Tece-te. Cria-te. Faz-se novo. Uniforme. 
Exato agora e não o sou-fui.
Quem eras? Quem és?
Cria-te e serás... Até o quando enganar-te mais uma vez.
E assim, perdoai os enganos, os quandos, os danos e a vida, criada mil vezes da mesma semente ilusória. Irreconhecível na unidade.
Cria-te.
E engana-se, pois tu és o mesmo das antigas criações.
Que era, que é.
Em tempo, buscai a ti.
E salva-te, antigo novo, agora.

Nenhum comentário:

Postar um comentário