segunda-feira, 13 de julho de 2015

Tragicômico, óbvio

Comediante e ande é ante, anti comédia
Síndrome de tragédia  e ante, anteposição
Caminha sobre o ar aquilo que não está sob o chão
Flutua risos e tantas inconstâncias catastróficas
Comédia adiante
Ande, farsante

Contar-lhe-ei o tragicômico:
Desde que homem nasceu, nasceu e enfim cresceu. Cresceu e morre todo dia - seja noite, seja dia - , é preciso dizer que morre e permanece, mal tarda e anoitece, a lua sobe e o sol desce e o homem, permito-me ressaltar: cai em preces.  E desde que o homem cresce e todo o dia falece, muda e avessa, e ri, mas desconcerta. É certo dizer que a vida é uma tragicomédia e o teatro se faz em palco cotidiano: riram gregos, sofreram troianos. Ou é o oposto do que está dito? Ou não o digo? O que está certo, é que desde o homem nasceu vive em desgraça, ri alto em praças, grita loucuras e poemiza-se em amor. Desde que nasceu, todo homem é um pouco Romeu, toda mulher é Julieta e nenhum dos dois sobrevive ao final, porque, desde que nasceu, o homem enfim cresceu e traça sua história: histórias loucas, melancólicas, amor versos de ódio, sangue e bandeira branca, bigodes de Hitler, chicotes em costas de negros, romances em palcos e beijos apaixonados. Mas desde que nasceu, está certo que o homem cresceu e não importa o que faça, se chore ou elabore graça: o homem morre todo dia, seja noite, seja dia, de infarto ou anemia, até mesmo poesia. O que está certo é que morre, não tarda e anoitece. 
Tragicômico, não?

(para meu Amigo Anônimo - desafio da palavra)

2 comentários:

  1. Adorei e ao mesmo tempo achei engraçado (isso porque acho muitas coisas engraçadas). Parabéns!!
    Rosa.

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  2. Oi, Rosa! Aqui entre nós, também acho muitas coisas engraçadas rs
    Obrigada pelo carinho, abraço.

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