segunda-feira, 6 de julho de 2015

Passeio sem pontos

Tudo que passa pequenininho
Passa lento e devagarzinho
Não espera ser o que não há de.

Tudo aquilo que passa
Passa e um dia vem
Retorna em forma de brasa
E está longe de assumir o desdém

Cria-se laço
Afoga-se por acaso
Ressuscita e é só

Vem em forma de brasa
Tudo aquilo que passa
Mas que um dia permaneceu

Não é gira-gira
É vai e vem que lembra e retorna
Cansa e recua

Tudo que é pequenininho
Passa em desalinho
Ao acaso
Por mero des-agrado

Tudo que é
É verbo inconstante
Estar e não estar
O português não abrange
Há muito o que saber

E tudo que é pequeno
Passa
Leve e com graça
Suaviza nos acordes da manhã

Tudo que é pequeno
É calmante
Simples e aconchegante
Todavia
Hoje é estar e amanhã não estará

Tudo que é pequeno, é grande
Fica além do real
´
É pequeno, somente pela inconstância do estar

Tudo que é pequeno
Passa
Primeiro, ao meus olhos
Sem nenhuma graça
Em segundos, eu que passo
e re-conheço

Me viro pelo avesso e mudo o canal para ser estar

Tudo que é pequeno
Torna-se grande
Aos olhos, almas gigantes
E o coração, em um leve acelerar...




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