Estou colorindo um painel preto e branco que continua preto e branco, mas colorido. A moldura do quadro é subjetiva e todo o sentimentalismo está implícito em cores negras que na opinião de alguns olhares externos, são só negras. Misturo ao branco e faço um arco, e sua íris controla a entrada de luz, reflexão em cores. O prego que sustenta a moldura, não se vê. Não se vê, porque é cor e está negro. A cor que aparece no painel é colorida aos meus olhos, eu vejo cor e você enxerga somente o branco e preto, o óbvio, o retrato, o que se quer alcançar - nada de profundezas ocultas!, grita - mal sabe que tudo é perto da obviedade, dentro dos limites do subjetivo. É branco e preto e preto e branco, é luz na íris e sua visão que vai longe. Até onde se enxerga é até onde se quer enxergar. Espero preto e branco e me aparece mais do que espero, porque preto e branco é o assombro de cores que se mostram e se escondem quando cansadas.
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