terça-feira, 15 de março de 2016

Cubo mágico, cubículo

Aqui, onde a noite é insônia e o dia ameaça chegar, o vento sopra, o cobertor aquece, a luz apaga. O cubículo torna-se menor. Aqui, onde queima a esperança e o leve ardor da chama que insiste não finalizar, eterna. Desse lado, o de cá, que os dias são dias e dias e dias e dias. Sem fim. Desse lado, o de lá, que as noites são noites, por fim. Aqui, onde tudo acontece. Absorve, dissolve e, cautelosamente, se esvai. E vem, e volta, afinal. Aqui, onde mora um morador. Feito de algo que não sabe o que, que sabe e sabe e sabe. Aqui, onde tudo acontece. E conhece, desconhece, desconhece. Que é o que está. Aqui... dentro, fora. Bordando o acolá. Lá... do lado de onde tudo é menor. Cubículo. Cheio, cheio, cheio
Vazio.

Um comentário: