Não é do amor que Amélia tem medo.
Sempre que esteve, estava.
Parada no nada.
Amélia sabia e sabia e sabia e odiava.
Odiava as rotulações.
Ouvia as maldades.
Sentia os olhares queimando sobre si.
Ahhhhh, que horrores sãos esses que pensam da Amélia?
Não era o amor que a afastava.
Não era o amor que faltava.
Não era nem mesmo o amor.
Era uma pobre coitada a doce Amélia...
Não é de amar que Amélia chora.
Não é o medo que a entristece.
Sempre que esteve, estava.
Parada no nada.
Parada no mundo surdo, mas não mudo.
Pobre Amélia, pobre Amélia!
Não é do amor que Amélia tem medo
É das línguas que ao invés de se entrelaçarem soltam veneno.
É do braços que rejeitam os abraços.
É dos sorrisos, impuros.
E por falar em impuros...
Que fizeram do amor, doce Amélia?
É disso que tem medo?
Disso que fala.
Disso que acusa.
Disso que mata.
Disso que não ama.
(AMAR? QUE É AMAR?)
Amélia, Amélia, Amélia...
Sempre um passo a frente do mundo
O mesmo mundo que anda para trás.
Ahhhhhhh, que horrores são esses?
Não é de amar que Amélia tem medo.
Não é do amor. Não é não.
É de gente.
Gente como a gente.
Pobre Amélia... Doce demais para um universo atroz.
Sempre um passo a frente do mundo!
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