Assim que o silêncio chegou no meio,
o meio, pouco silenciou. Quando o silêncio se fazia tormento e atormentava, o
meio gritava em um silêncio tão angustiante que silêncio algum podia deixar de
ouvir... mas deixava. E atormentava não sabia bem o porquê. Ou sabia. Ou
entendia. Entendia. Não compreendia. Queria. Mas não podia... Deveria ser mais
simples, não? Tão mais simples se fosse menos complicado. O caso é que é o
caso. Esse caso.
Assim que a caneta escorrega devagar
pelo papel e retorna em um rabisco profundo: Não era bem isso que queria ter
escrito. Não era bem isso que queria ter dito. Ouvi, mas não era bem isso que
queria ter ouvido. Não era bem isso o que há, porque existe e está preciso de
entendimento. Mas alguém aí entende?
Não, não era bem isso...
O alarido que invade, de maneira tão
silenciosa, está coberto de desejo. Desejo de que, Deus? De um sossego
desavisado que invada, aturdido, tão misterioso e decidido, as portas do ser.
Ser humano. Sossegue. De uma paz infindável, em um silêncio tão gritante, mas
tão gostoso de ouvir.
Hei de ouvir?
Ouvir quando?
Agora?
Como?
Hei de ser? Que há? Que há?
Que há????????