Emperrada, diga-se de passagem.
Passagem
estreita, vale ressaltar.
Seria,
pois, a porta. Madeira firme e antiga, valiosa, vaidosa, ruidosa, alta.
Seria a
porta, a grande causadora do mal entendido? Triste sonhadora de sacadas, de
imagens (belas), de ilusões que se passavam na janela estreita da casa. De tudo,
a porta emperrada deixava passar. Não é possível que não fizesse exigências,
tudo que é porta nesse mundo costuma fazer um tanto vário de perguntas antes de
deixar quem quer se seja se aproximar. Seria, pois, a porta?
Limitada
aos olhos crus, vestidos de poeira da calçada, cinzentos. NUS. A porta recebia
todo tipo de visita. E todo o tipo de visita entrava, acomodavam-se no sofá.
CAFÉ, LEITE, CHÁ, UM SUQUINHO, REFRESCO, NÃO É POSSÍVEL. NADA? Querida mãe, diz
sempre, quem oferece não quer dá. Quero não mesmo... Seria, pois, a porta? Ou a
janela, quem sabe não seria?
Seria quem
a causadora ou causador
do grande
e mal
entendido?
Seria,
pois, a porta?
Não é possível.